27/09/2014

soneto de cor ímpar (de cor 13)

quem disse que o sol é o rubro maior d'universo?
quem disse que a lua rege aos mares que evocas?
mesmo aqui – errante dentre vales de rochas ocas;
eu protesto em prol do dobro-em-verso, n'inverso.

fosse assim não haveria poesia, senhora astronomia!
e outrossim minha retina cansaria. "sai fora, biologia!"
(porém convém lembrar que o rubro que vos compõe,
vem dos olhos de quem vê, e não d'especificações.)

basta seguires aos meus olhos, onde miro, que verás:
(não à iris, aos bugalhos onde há o vermelho a nadar)
refletir jardim das sombras, onde sempre encontrarás

mel sem fim de velas soltas, inda que raso de remar.
mesmo assim nelas me envolvo, navegar me satisfaz,
ao capitão que não s'importa, o mar há de amotinar!