sempre que falta luz é cruel, – parece até piada!
acontece de uma forma estratégica e minuciosa;
e fornece à penumbra, anti-ética e mal-acabada,
o ventre da escuridão fiel, de espécie engenhosa.
outra vez na mesma hora e na mesma situação.
ainda que fosse lá fora, afora da gama da noite;
mas claro que vai ser agora, na cama do açoite!
caída na linha da hora que chora com indecisão.
eterno ciclo cinzento. hora vem, outrora desdém;
traz consigo relento e demora pra embora daqui.
passa horas arreliento e desbota e assola reféns;
e chegado momento de embora, diz: "tô nem ai!"
"que se foda essa gente que chora por polaridades!"
"vou mas volto fervente na hora que bater saudade."


