do convés, vestido pelas sombras,
me despeço da orla ictérica e vil.
faíscas insistem em rebentar da noite
e chamuscar minhas frágeis velas.
o vento assobia concertos felpudos;
o céu flamejante de meio-amanhã
dramatiza o infinitismo persistente
do azul triste e incansável do mar;
cada vez mais desolado e distante,
iço minhas velas metálicas vermelhas
e lemeio em direção ao crepúsculo.
navego oceanos, amarelos e rochosos.
atinjo às estrelas; aos tetos; aos pisos.
porém permaneço ancorado no teu litoral...


