09/02/2019

casa

a casa da gente não é
onde é quente,
nem onde é
ausente
a cor
da parede.

da casa da gente,
sabemos o rumo de fato,
sabemos que é
rubra
tinta que tinge
o fundo
do quarto.

e a temperatura
não segue medida,
tampouco a vida
segue moldura;
é uma mistura
de paz aguerrida
com um pouco de
febre sem cura.

é um tango sensual
entre ordem e caos:
buscando ideal
ante opostos infernos,
uma dança fatal dentre
ossos e berros,
onde o mais mero
erro evoca o
juízo final.

de casa avistamos
e nos abrigamos
de dias cinzentos,
de frias noturnas,
de torpes eventos,
da nobre penumbra!
o barro e o cimento
nos cobrem da chuva
só escorre o relento
que sobe da estufa...