a conta que cresce,
o pão que endurece,
a ponta da adaga
que ao plexo aquece,
a flor que afaga —
mas nunca floresce;
a falta de nexo
que transforma sexo
em vil manifesto,
em mero reflexo
do esmero reverso
que o tempo recebe
de mãos qu'estremecem;
nessa vida,
motivos pra inércia
jamais envelhecem.
padece só
quem se entorpece
do próprio receio;
tece com ócio
a teia do próximo
insólito anseio...


