olha o tamanho da
lua de hoje!
desinibida,
sincera e
descomunal como
a grande mordida
que a desfalca.
tremenda como
quem dilacera
o coração sem
nunca temer
fim ou recomeço.
iluminando
(por hora)
inté o alçapão
que abriga
os sem apreço.
lua de vez em quando
e de nata,
não sei se mereço esta eterna
luz de prata.
tampouco sei quem sou
(ou tenho estado).
só sei que, hoje,
dela não se escapa.
e aqui estou,
acompanhado pelas
linhas corpulentas
que transbordam
líquidas de meus poros
e se formam
e secam
através de minhas mãos
sedentas.
sedentas de luz.
luz da lua.
lua de prata.
lua de hoje.


